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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O futebol e a vida como ela é

A bola ainda embala os sonhos e a paz de muito marmanjo
A mercantilização exagerada e as cifras milionárias do futebol causam revolta e geram antipatia em muita gente, mas a grande verdade é que não há nesse mundo algo tão apaixonante quanto o nobre esporte bretão.

Tive a prova cabal disso no último final de semana quando minha própria vida pessoal estava de cabeça para baixo. Em meio a um turbilhão de problemas e dilemas particulares me peguei acompanhando atentamente a rodada dos campeonatos estaduais brasileiros. A cada lance, a cada gol marcado, um alívio interno, uma leveza mental.

Acredito que isso está diretamente relacionado ao fato do futebol ter a força para nos transportar a um tempo no qual as maiores dúvidas eram: driblar, passar ou chutar? Um passado leve, de campos enlameados e esburacados, nos quais aquele cara que tu nunca tinhas visto na vida se torna teu maior companheiro.


Futebol é confiança cega. O simples fato do sujeito jogar no seu time o torna acima de qualquer suspeita. Futebol é dedicação total. Quem fizer corpo mole vai ter ouvir o que não quer. Futebol é amizade. Não há gol comemorado sem abraço ou aperto de mãos, não há corpo estendido no chão sem uma mão para ajudar a levantar. Futebol é alegria. Impossível não sorrir com um balãozinho completado ou gargalhar com a bola que passa mansinha por entre as pernas do goleiro até o fundo da rede.

Talvez por isso eu também sinta às vezes alguma raiva dos milionários dos gramados, pois eles parecem não perceber o poder que têm, os sonhos alheios que carregam e, principalmente, que ocupam um lugar privilegiado no imaginário de qualquer menino tenha ele 14, 40 ou 80 anos.

Mas com toda certeza se não fossem aqueles benditos padres ingleses a vida seria um fardo muito mais pesado de se carregar.