Pelotas parece estar
prestes a experimentar uma campanha eleitoral marcada por um embate entre quem
diz representar o “novo” versus nomes
consagrados na política da cidade. O mais curioso, todavia, é a quantidade de
gente que disputa o rótulo de novidade.
A essa altura do campeonato
- faltando menos de um mês para a definição dos candidatos a prefeito – a briga
para ser reconhecido como o “novo nome” ou a “terceira via” me parece muito
mais interessante do que a montagem das chapas que devem concorrer a principal
cadeira do Paço Municipal.
Com uma olhada mais atenta
ao cenário eleitoral e as notícias (cada vez mais constantes) sobre a
pré-campanha descobre-se haver pelo menos sete candidatos disputando o cobiçado
rótulo: Fabrício Tavares (PTB), Catarina Paladini (PSB), Eduardo Leite (PSDB),
Paula Schild Mascarenhas (PPS), Paulo César (PV), Reginaldo Bacci (PCdoB) e
Eduardo Macluf (PP).
Mas será que todos eles
realmente podem almejar receber o selo de “cara nova” nestas eleições?
Buenas, vamos aos fatos:
Fato
1:
Entre os sete pretendentes, apenas o comunista Reginaldo Bacci nunca ocupou um
cargo público e, afora os 193 votos obtidos em 1988 quando disputou uma vaga
para a Câmara de Vereadores com uma campanha baseada no slogan “Reginaldo Eu Te Amo!” pichado a esmo em
muros e paredes da cidade, teve pouca ou nenhuma participação na vida política
da cidade nos últimos 20 anos.
Fato
2:
A popular socialista Paula Schild Mascarenhas tem como principal marca de seu
currículo político ter sido assessora parlamentar e chefe de gabinete do
falecido deputado estadual e prefeito, Bernardo de Souza. Ela nunca concorreu a
cargos eletivos.
Fato
3:
Paulo César Gonçalves, o candidato dos verdes, já foi coordenador de feiras
livres e secretário-adjunto de Serviços Urbanos da atual administração. Hoje está
lotado na Secretaria Municipal de Educação e responsável pelas finanças,
compras e licitações da secretaria. Ele nunca concorreu a cargos eletivos.
Fato
4:
Fabrício Tavares/PTB é o atual vice-prefeito eleito com 65.109 votos juntamente
com o atual prefeito Fetter Júnior (PP). Na mesma eleição, o progressista
Eduardo Macluf elegeu-se vereador com 5.470 votos, enquanto o social democrata
Eduardo Leite foi eleito com 4.095 votos e o socialista Catarina Paladini - então
no PCdoB, depois de ser suplente pelo PMDB - foi um dos mais votados com 6.722
votos, mas não levou a vaga por causa da coligação.
Fato
5:
Em 2010, Catarina Paladini foi eleito deputado estadual pelo PSB com 32.035
votos. Na mesma eleição Tavares fez 21.312 votos para deputado federal,
enquanto Eduardo Leite fez 18.526 votos para deputado estadual.
A partir deste rápido
resgate da vida pública dos sete candidatos ao posto de “novidade” das Eleições
2012 é possível concluir que somente Bacci e a dupla Paula e Paulo são ilustres
desconhecidos dos eleitores pelotenses e, a partir disso, podem ser apontados como
legítimos representantes do “novo” na política local. Afinal de contas indicar políticos
com mandato e expressivas votações em eleições anteriores como “novidades” é,
no mínimo, uma grande falácia.
Por esses e outros detalhes
que começam a pipocar aqui e ali, arrisco dizer que esta eleição tem tudo para
ser a mais interessante dos 200 anos de Pelotas. É esperar para ver.
Concordo Álvaro que Reginaldo Bacci além de realmente se constituir em uma terceira via nesta eleição, pode implementar um novo rumo para o desenvolvimento da nossa região.Tem formação, experiência administrativa(Receita Federal, Sindicatos, OAB etc..) e é de Pelotas, ao contrário de outros pré-candidatos que não são daqui. Novo mesmo é a candidatura do Bacci.
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