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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Manchetes que eu adoraria ter escrito

A melhor manchete sobre o caso Tirirca
Uma das melhores coisas na vida de um jornalista é escrever uma manchete capaz de despertar emoção nas pessoas e, de quebra, vender alguns milhares de jornais.

Os teóricos do jornalismo devem ser capazes de listar uma série interminável de elementos capazes de formar uma boa manchete, até teses devem ter escrito sobre isso já, mas para mim um mero peão do jornalismo são necessários apenas três elementos para construir uma manchete histórica e capaz de encher de felicidade seu redator: criatividade, bom humor e sarcasmo.

A partir disso fiz uma pequena lista das manchetes que adoraria ter escrito e, podem apostar, poder exercitar esse tipo de coisa seria uma imensa realização profissional. Chega de papo e vamos às Manchetes que eu adoraria ter escrito:

Virou piada nacional, mas só o Meia Hora deu na capa
“Virou purpurina”
 Jornal Meia Hora de Notícias/RJ, 18/03/09 sobre a morte de Clodovil

“PM mete três azeitonas em Biscoito da Mangueira”
Jornal Meia Hora de Notícias/RJ, 14/09/09 sobre ataque da PM a traficante no RJ

“Todo Paulista é virado”
Jornal Meia Hora de Notícias/SP, 19/07/10 na edição de estreia do jornal em SP

“Adeus, Gordo!”
Jornal Meia Hora de Notícias, sobre a saída de Ronaldo do Flamengo

“Que vaginão, hein!”
Jornal Hora H/SP. Sobre mulher flagrada ao tentar entrar em presídio com 2 celulares, 2 baterias, dois anéis, relógio, fone de ouvido e chip escondidos na vagina

Escândalo rendeu capa histórica

“Andréia, que time é teu?”
Jornal Meia Hora de Notícias/RJ, sobre o travesti que assumiu ter ido com Ronaldo ao motel


E rendeu mais ainda dentro


“Aumento de merda na poupança”

Jornal Notícias Populares/SP, 1983, sobre o pequeno aumento dos rendimentos da caderneta de poupança

“Família de estuprador paga a bandido para incitar o ódio aos trabalhadores na RBS-TV”
Jornal Hora do Povo/SP, 19 a 23/11/10, sobre o caso do comentarista de TV que criticou a popularização dos automóveis entre as classes C e D

“A filhinha do imundo abriu sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros”
Jornal Hora do Povo/SP, 15/09/10, sobre o caso envolvendo a filha de José Serra e a divulgação de dados do Banco Central

“Governador ladrão lança a cavalaria contra estudantes”
Jornal Hora do Povo/SP, 12/12/09, sobre confronto entre estudantes e PM em São Paulo

 “Acabou o clube do bolinha”
Jornal Extra/RJ, 01/11/10, sobre a eleição de Dilma para a Presidência da República

“RBS diz que Itapema é a praia mais cagada”
Diarinho de Santa Catarina, sobre divulgação da poluição no litoral catarinense


Outras capas que merecem destaque:




Criatividade é tudo!




terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais um lunático na tevê brasileira

É assustador como alguns comentaristas de tevê conseguem atropelar o direito constitucional de liberdade de expressão. E mais assustador ainda - e digo isso como jornalista - é ver que gente deste naipe ainda tem amplo espaço e, o pior, apoio irrestrito das empresas nas quais trabalham (no caso específico o Grupo RBS, a mais poderosa afiliada da Rede Globo em todo o país).

Sou radicalmente contra qualquer forma de censura aos meios de comunicação, mas ao ver tais coisas penso que uma lei de imprensa capaz de punir exemplarmente alguns lunáticos não seria uma ideia tão ruim.

É por causa de gente assim que a imprensa brasileira cai cada vez mais em descrédito junto à população que, diga-se de passagem, é o motivo fundamental de sua existência.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Futebol em preto e branco

 No feriado de cara feia no qual sair de casa me pareceu a pior das alternativas, decidi sentar na frente da tevê e assistir “Todo Poderoso: O Filme – 100 anos de Timão” (BRA, 2010, Ricardo Adair e André Garolli). Ao deixar de lado as rivalidades regionais e as “birras” guardadas em minha memória futebolística e gremista, me deparei com um filme capaz de emocionar qualquer fã de futebol.

A história do Corínthians é contada com esmero desde a fundação do clube no bairro do Bom Retiro (SP) em 1910 até a Copa do Brasil de 2009 (essa uma ótima lembrança!).

Recheado de imagens do início do século XX caprichosamente editadas e costuradas com entrevistas e depoimentos de gente que escreveu a história não apenas do time, mas do futebol brasileiro, como Wladimir, Neto, Sócrates, Casagrande, Dino Sani e Ademir da Guia (ele mesmo, o Divino, maior herói do Palestra Itália) o filme conta mais do que os cem anos do Corínthians, conta também uma parte essencial do esporte mais popular do país.

Outro ponto alto do documentário é resgatar a história dos primeiros ídolos e craques corintianos e as lendas que os cercaram. É o caso de Amílcar, o primeiro corintiano a usar a camisa da Seleção Brasileira na década de 10 ou de Neco, famoso por tirar o cinto do calção (é naquele tempo os caras usavam cinta prá segurar os calções) durante um derby contra o Palmeiras na década de 20 encagaçando o juiz. E muitos outros como Baltazar, o Cabecinha de Ouro, Luizinho, Cláudio, Idário e Domingos da Guia.

A rivalidade com Palmeiras, São Paulo e Santos, também ganha destaque nos cem minutos de filme com depoimentos de adversários históricos dos alvi-negros do Parque São Jorge como Pelé, Da Guia e Raí.

Em meio a ausência de alguns depoimentos de jogadores que fizeram história com a camisa do Timão como Viola (que sequer é citado) e Rivelino (lembrado, mas não entrevistado), fica como alegoria principal depoimentos de torcedores ilustres como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista Juca Kfouri e o narrador Sílvio Luiz e outros “anônimos” - fora da nação corintiana – como tia Dirce, 81 anos, que aliás dá um dos mais divertidos do filme: “Com a camisa do Corínthians ninguém me enterra. Já que vou ser cremada, me enterrem com a camisa do Palmeiras que é prá queimar tudo!”.

É a mística do futebol brasileiro em preto e branco. Valeu o feriado. 

(Abaixo, o trailler para quem quiser dar uma olhada)


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Receitas para quem tem estômago forte (2) - Sanduíche do Gordo

Num dia de chuva como hoje nada melhor do que comer e comer muito prá espantar o tédio e o frio, especialmente à noite. Então aqui vai mais uma receita básica nascida em minha mini-cozinha experimental ideal para uma noite como essa que se apresenta:

Sanduíche do Gordo

Ingredientes

2 (duas) fatias de pão de sanduíche
1 (um) bife de patinho ou de qualquer outra carne
1 (um) ovo
1 (uma) cebola pequena
2 (dois) dentes de alho
1 (uma) colher de sopa de manteiga ou margarina
 Pimenta branca ou do reino
Sal

Preparo: Tempera o bife com o sal, pitadas cuidadosas da pimenta e um dente de alho picado e deixa de lado. Corta a cebola em rodelas, junta com o outro dente de alho picado e frita tudo na frigideira até a cebola ficar quase transparente. Agora frita o bife junto com a cebola e o alho (deixa ali uns dois minutos, depois vira e deixa fritar mais dois minutos e tá pronto). Tira tudo da frigideira e reserva (isso significa colocar em um prato separado). Frita o ovo (de preferência com muito pouco óleo) e reserva também. Na mesma frigideira derrete a manteiga ou margarina (uma colher basta). Depois coloca uma fatia de pão, sobre ela o bife, as cebolas/alho e o ovo, fecha o sanduíche com a outra fatia de pão. Deixa fritar um pouco (pouca coisa, um ou dois minutos bastam) – pode prensar com a espumadeira para o suco da carne entranhar no pão -, vira o sanduíche prá fritar a outra fatia do pão. Quando estiver crocante tá pronto (não vai deixar torrar o pão!).

Feito!

Bom apetite!

(Dica do cozinheiro: Evite dormir ou fazer qualquer esforço físico por pelo menos duas horas após jantar!)

sábado, 6 de novembro de 2010

O Beatle bundão

Aos 68 anos Paul reina absoluto entre os chatos do rock
Respeitar a história do rock and roll é algo quase sagrado prá mim, mas tem certas figurinhas que não dá para aturar esse é o caso de Sir Paul McCartney, o mais bundão dos Beatles.

Em um grupo de apenas quatro caras entre os quais estava Ringo Star (hors concours em qualquer julgamento sobre sanidade mental), McCartney sempre se destacou pela chatice e pela cara de guri criado pela avó (apesar de ter sido criado pelo pai, pois perdeu a mãe ainda fedelho).

Com eterno ar de bom moço destoava completamente do grupo que tentava acompanhar um mundo em revolução nos anos 60 e se, por um lado, propôs que os Beatles fizessem Magic Mistery Tour - um belíssimo ícone do besteirol – por outro compôs Hey Jude, talvez a música mais chata de todos os tempos.

Não deve ter sido a toa que na hora de escolher quem deveria ser dado como morto no boato promocional de 69, os outros três escolheram justamente ele: Paul.

Isso sem falar que o cidadão recebeu (e aceitou!) o título de sir (*) concedido pela rainha Elisabeth. Pior, ainda, fez após do fim dos Beatles Na tentativa de entrar na “moda” nos anos 80 gravou música e clipe com o “comunista” Michael Jackson rasgando sua própria biografia musical.

A partir dos anos 90, então, passou o atestado mundial de chatice ao se declarar vegetariano e passar rodar pelo mundo pregando coisas como: “parar de comer carne ajudará a salvar o meio ambiente para as crianças do futuro” (por favor!!!!).

Agora, aos 68 anos (idade para estar em casa cuidando dos netos e dos gatos), chega ao Brasil para uma turnê caça-níquel atrás de um bom bocado de grana prá engordar ainda mais sua conta bancária e financiar campanhas tipo “Segunda sem carne”.

Tem que ter paciência!

(*) Em 1966 os Beatles receberam a medalha da Ordem do Império Britânico (MBE). Mesmo se tratando de uma alta honraria, o título de Sir é mais distinto do que o de Membro do Império, por se tratar de um título nobiliárquico de mais alto valor, equivalente a "Cavaleiro do Comandante do Império" (Knight of the Britsh Empire). Apenas Paul McCartney recebeu a distinção, no ano de 1997, por isso, é incorreto chamar os outros membros da banda de "Sir".

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Acabou-se tudo, mas algumas risadas ficarão

Passada a eleição fica uma sensação de alívio e conforto. Alívio por saber que todo o trabalho deu resultado e de conforto por ter a certeza de que o Brasil continuará em boas mãos.

Afora a campanha suja movida na grande imprensa, na internet e nos panfletos apócrifos, algumas pérolas se salvaram e podem nos ajudar a rir um pouco do que passou e, quem sabe, até ficar mais tempo em nossas memórias.

Afinal quem não riu com as participações de Weslian Roriz nos debates ao governo do Distrito Federal (DF)? Ou com as apresentações dos candidatos ao Congresso Nacional por São Paulo como Maguila, Mulher Pêra, Luciano Enéas e, claro, Tiririca - o Palhaço Campeão Nacional de Votos? Isso sem falar nas pérolas de Plínio de Arruda Sampaio autor de máximas como "Nossa candidatura será a mosca na sopa da burguesia" e "Vocês sabem agora porque José Serra é hipocondríaco. Ele só fala de saúde".

E, claro, não posso deixar de lembrar da última e mais engraçada música de campanha, o samba Bolinha de Papel. Para quem não viu, nem ouviu deixo aqui o vídeo como uma última lembrança dessa campanha que, sinceramente, já foi tarde.