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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tem gente que nasceu para fazer merda

Certas pessoas têm o dom de fazer merda, especialmente quando se metem a fazer algo que está destinado a dar errado. Nesse vídeo há uma coletânea de situações que tanto divertem como ensinam: "evite fazer isso, porque vai dar merda!".

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

2012 vem aí...

Com 2011 terminando e um ano eleitoral prestes a começar já tem muita gente pelo país a fora pensando em suas campanhas e, como em propaganda muito pouco ou nada se cria e muito ou tudo se copia, certamente algumas dessas merdas acabará aparecendo por aqui também. Pelo menos se acontecer isso, daremos boas risadas.

(PS: Atenção para a última propaganda...é impagável!)


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sócrates pelo olhar dos argentinos: reconhecimento explícito


Enquanto a maior parte da imprensa nacional se preocupou em mostrar Sócrates como um bêbado que morreu por causa do vício, os jornalistas argentinos do OLÉ (que têm motivos de sobra para falar mal do Doutor) foram capazes de escrever um simples, mas grande texto para lembrar de um dos maiores heróis do futebol brasileiro (v. reprodução abaixo).


"Eles" foram capazes de falar bem do Doutor, enquanto na imprensa brasileira
o tom principal das matérias foi o de chamar a atenção para o alcoolismo

(Diário Deportivo OLÉ, Argentina)

Se fue un grande

Sócrates, mítico futbolista brasileño, falleció a los 57 años, producto de una infección intestinal. Jugó dos Mundiales: España 1982 y México 1986.

El fútbol mundial está de luto, a raíz del fallecimiento de Sócrates, mítico jugador de la historia de Brasil, a los 57 años de edad por una infección intestinal. Estaba internado desde el pasado jueves en un hospital de San Pablo. La redonda, con cinta negro.

La salud del mediocampista se había deteriorado en los últimos tiempos por una cirrosis crónica provocada por el consumo de alcohol. Por ello, había estado internado en agosto y septiembre pasado. Esta vez, no hubo vuelta atrás. No pudo gambetear al destino.

Durante dos décadas, Sócrates fue uno de los emblemas del fútbol verdeamarelo. A lo largo de su carrera, el ex volante jugó en Botafogo, Corinthians, Fiorentina de Italia, Flamengo, Santos y Garforth Town de Inglaterra. Se lo destacó siempre por su capacidad de liderazgo y por su técnica majestuosa. Con la selección brasileña disputó dos Mundiales: España 1982 y México 1986. Todavía se recuerda en las tierras ibéricas aquel exquisito equipo que conformó junto a Zico, Falcao y Toninho Cerezo.

Y por si fuera poco, además de haber desplegado una exitosa carrera como futbolista, Sócrates se desempeñó como médico. También incursionó en el terreno político, luchando contra el régimen militar que gobernó a Brasil durante muchos años. Un crack dentro y fuera del verde césped. Se fue un grande, se fue Sócrates

domingo, 4 de dezembro de 2011

Esse “Doutor” vai deixar saudades



Mais do que um craque, Sócrates foi um herói do futebol brasileiro

Minhas primeiras lembranças vivas do futebol remontam ao final dos anos 70 e início dos anos 80 e estão intimamente ligadas a quatro sujeitos: Renato, Sócrates, Zico e Maradona.
Renato foi o primeiro e maior craque tricolor do qual me lembro. O modo como jogou e brigou durante a final da Libertadores de 83 e os dois gols marcados no mundial do mesmo ano, elevaram Renato a condição ídolo máximo de minha infância. Naquela época, eu queria ser Renato.

Mas foi em 82 que senti - pela primeira vez - como a paixão pelo futebol pode mexer com a vida da gente. A Seleção Brasileira comandada por Telê Santana foi a primeira pela qual, realmente, torci e foi a única por qual chorei. E entre a constelação de craques que desfilava nos gramados da Itália com a camisa canarinho um, em especial, era meu favorito: Doutor Sócrates.

A maioria de meus amigos era “devoto” do Galinho de Quintino, mas por influência de meu pai corintiano, o doutor era meu ídolo maior naquela seleção. Por ele comprava a cada três meses o Kichute do Sócrates (com reforço duplo no calcanhar) e fazia questão de sentar na frente da televisão a cada jogo do Corínthians.

Naquela época meu pai falava de abertura política, da democracia corintiana, de anistia e da necessidade dos generais serem apeados do poder, mas para mim o que importava de verdade eram os passes magistrais e os golaços do “Doutor”.

Lamentei quando Sócrates trocou o Corínthians pela Fiorentina e nunca aceitei vê-lo com a camisa do Flamengo ou do Santos. Para mim, Sócrates era corintiano, mais do que isso, era o próprio Corinthians, tal qual Renato era a própria personificação do Grêmio, apesar de ter vestido várias outras camisas.

Com o passar dos anos passei a acompanhar o “outro” Sócrates, o cara contestador, cheio de ideias revolucionárias, de sangue socialista e, acima de tudo, um cara que via o Brasil e o futebol muito além das quatro linhas. Isso só reforçou minha admiração juvenil pelo craque da bola, que se transformou em craque do pensar.

É uma pena, que nos noticiários sobre sua morte dêem mais importância a questão do alcoolismo do que às suas ideias e opiniões sobre nosso país e nosso esporte favorito. É muito medíocre falar apenas desse tipo de coisa quando se perde um patrimônio vivo como Sócrates. Mas, infelizmente, mediocridade é a palavra chave da imprensa brasileira do século XXI.

Em tudo isso fica a saudade de um cara que se foi cedo demais e que, com toda a certeza, deixou seu nome marcado na vida de muita gente. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um pelotense na elite do basquete brasileiro


Maxwell é Pelotas no NBB4

Na noite desta segunda-feira (21), a partir das 19h, os apreciadores do basquete em Pelotas terão um bom motivo para sentar na frente da tevê. É a estreia de Maxwell Dias Ribeiro, o primeiro atleta da cidade a jogar no Novo Basquete Brasil (NBB). O ala de 20 anos é o dono da camisa 31 do Joinville que enfrenta o Brasília em partida transmitida ao vivo pela Sportv.

Maxwell foi formado no Pelotas Basketball Clube (PBC), treinado e dirigido por Carlos Alex Soares desde 2005 e este ano foi campeão dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) pelo Joinville.

(Curiosidade: o jogador de basquete é primo do ex-zagueiro do Brasil-Pel, Inter e Porto (POR), Aloísio) 

domingo, 20 de novembro de 2011

Domingo é sempre...domingo

Domingo é um dia preguiçoso e, na maior parte das vezes sem graça. Mas ao longo do tempo tem rendido belas canções de rock and roll. A melhor delas, na minha opinião é esta abaixo e, para lembrar o Sunday do U2, nada melhor do que a versão ao vivo em Dublin, onde tudo aconteceu.


sábado, 19 de novembro de 2011

Serviço Médico Obrigatório, sim!


Abro o jornal na manhã de sábado (20/11) e leio matéria sobre a falta de médico no posto público da Vila Princesa, zona norte de Pelotas. Ao longo da matéria a secretária municipal de Saúde admite a alta rotatividade de médicos na rede municipal e atribui isso ao fato deles (os médicos) terem “múltiplos vínculos”. A minha interpretação para isso é: trabalham em tantos lugares que o salário de R$ 4 mil pago pela prefeitura se torna desinteressante.

Talvez tenha existido um tempo ou lugar no qual os médicos fossem profissionais humanitários, solidários, capazes de dedicar suas vidas aos outros e preocupados com a vida das pessoas, mas desconheço e, duvido disso.
Minha experiência de vida e profissional - nas últimas duas décadas pelo menos - me faz ver médicos como: homens e mulheres interessados em ganhar muito dinheiro e, nada mais.

A medicina é hoje uma excelente carreira, que paga altos salários e desde os primeiros semestres de faculdade é o cifrão que brilha diante dos olhos da calourada. Isso sem falar no fato de que a esmagadora maioria dos estudantes de Medicina das universidades federais vem das classes A e B, ou seja, não é curso de pobre e essa turma não quer perder status depois de formada, muito pelo contrário.

(De onde tirei essa ideia?): Em 1999, por exemplo, a Universidade Federal de Minas Gerais fez um censo de seus alunos de Medicina e descobriu que 61% eram provenientes de famílias com renda mensal superior a 20 salários mínimos. Em 2004, pesquisa feita na Universidade Federal do Acre mostrou que 96,5% das vagas do curso de Medicina eram ocupadas por filhos das classes A e B. Em 2007, a Universidade Federal do Espírito Santo fez a mesma pesquisa e descobriu que 77,7% vinham de famílias com rendimento superior a R$ 3 mil mensais (o salário mínimo era R$ 380, em 2007) e, mais ainda, 75% escolheram o curso por apostar na realização profissional e financeira.

Sete anos depois, essa gurizada sai da faculdade com o diploma na mão, o rei na barriga e querendo encher a guaiaca o mais rápido possível, afinal de contas durante todo o curso viram seus professores dirigindo carros importados, vestindo roupas de grife e, claro, ganhando muita grana para bancar o padrão classe A.

E, ao contrário do que os próprios médicos costumam dizer, isso não é muito difícil, pois conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV) a Medicina está no topo das carreiras mais bem pagas do país, à frente de Administração, Direito, Ciências Econômicas e Contábeis e Engenharia, com remuneração salarial média de R$ 6.705 para graduados (mestres e doutores têm salário médio de R$ 8.977).

Cartaz comum em postos de norte a sul do Brasil
Nesse contexto ganhar R$ 4 mil por mês para atender o povo que, literalmente, morre nas mãos SUS por falta de opção, não parece nada atrativo. Sendo assim alguns se atiram nos contratos emergenciais abertos seguidamente por prefeituras de todo o país atrás do primeiro contracheque de quatro dígitos. Quando conseguem outros tão ou mais gordos na pensam duas vezes em abandonar os postos de saúde ou os pronto-atendimentos públicos afinal de contas: o populacho que se foda, pois prá pagar médico sempre se dá um jeito não é mesmo? E quem não tiver como pagar, termina seus dias nas garras do SUS, que sofre – curiosamente - com a falta de médicos, pois os doutores acham pouco o que o governo paga.

A solução é...

Acabar com a falta de médicos no SUS e, consequentemente, na rede pública de atenção básica é simples: basta estabelecer no Brasil o serviço médico civil obrigatório.  
Ou seja, os doutorzinhos recém formados em universidades federais (ou seja mantidas com o dinheiro do povo) ficam obrigados a trabalhar na rede pública por um determinado período recebendo os salários pagos pelos municípios ou estados.

Serviço obrigatório poderia acabar com emergências lotadas
Se dependesse de mim o tempo de serviço obrigatório seria de dois anos com dedicação exclusiva, ou seja, nesse tempo os doutorzinhos não podem trabalhar para a iniciativa privada ou clinicar em consultórios particulares. Desse modo não teriam desculpas descumprir a jornada de 40 horas semanais (o dobro da carga horária exigida hoje pelo serviço público).   

Assim grande parte dos 13 mil médicos que se formam a cada ano nas 180 faculdades de Medicina do país (só a Ìndia tem mais cursos de Medicina em funcionamento em todo o mundo) iriam trabalhar exatamente onde fazem falta: na rede pública que atende gratuitamente a população que não tem acesso a planos privados mas que, mantém com seus impostos as universidades públicas.

Por um critério de justiça eu excluiria da obrigatoriedade os alunos dos cursos privados, pois pagaram pela formação e podem fazer o que bem entenderem, assim talvez os mais ricos acabassem indo para as faculdades particulares e os cursos federais de Medicina pudessem começar a ser freqüentados pelos filhos das classes C e D.

Enquanto isso no Congresso Nacional...

Geraldo Resende (PMDB/MS)
Pouca gente sabe e muita gente não quer nem ouvir falar, mas tramita desde 2007 no Congresso Nacional o PL 2598/07 de autoria do deputado (e médico) Geraldo Resende do PMDB/MS (viram como isso é não coisa de comunista?) que estabelece o serviço civil obrigatório para estudantes de Medicina, Odontologia, Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia e Terapia Ocupacional, que concluírem a graduação em instituições públicas de ensino ou em qualquer instituição de ensino, desde que custeados por recursos públicos. 


O PL 2598 diz, ainda, que estes profissionais prestarão serviços remunerados em comunidades carentes de profissionais em suas respectivas áreas de formação por um período mínimo de um ano (o deputado aliviou no tempo de serviço).

No dia 17/11/2011 o PL 2598 recebeu voto favorável do relator na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados e, dessa forma, segue caminhando lentamente rumo à votação no Plenário.

Quem sabe um dia seja finalmente apreciado e – tomara! – aprovado. Talvez a partir daí a prática da medicina no país deixe de ser um lucrativo negócio e uma promissora carreira para se transformar em responsabilidade social. 


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Para ver o PL na íntegra clique no link: 


http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=380726

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Direto do baú: Há dez anos o fim das balsas rendeu uma deliciosa pauta

Dez anos atrás, por essa mesma data andava pelas margens do rio Camaquã e da Lagoa dos Patos acompanhado do repórter fotográfico Carlos Queiroz para fazer uma das mais deliciosas matérias que publiquei no Diário Popular. Ao revirar o baú de arquivos encontrei os textos, que compartilho aqui. Como foram duas páginas de textos, publico aqui somente a matéria principal deixando as retrancas para trás. Espero que gostem.


Barqueiros dão adeus à profissão

A inauguração da ponte que liga os municípios de Canguçu a Encruzilhada do Sul, prevista para o final do próximo ano representará, além do progresso para o interior das duas cidades, também, a extinção de uma profissão que durante séculos foi de fundamental importância para a região: a de barqueiro.

Vivendo em uma região cortada por grandes rios e lagoas, as populações da zona sul do Estado dependeram, por muito tempo do trabalho solitário dos barqueiros e balseiros para poder ir de um lugar ao outro. Algumas travessias acabaram tornando-se tradicionais como as do canal São Gonçalo (Rio Grande-Pelotas), rio Camaquã (Cristal-São Lourenço) e da Lagoa dos Patos (Rio Grande-Ilha dos Marinheiros), entre outras.

Dentro deste contexto, atrasos na entrega de mercadorias e a transformação de viagens simples, em verdadeiros martírios, eram uma realidade. Isso sem falar nos acidentes, que vez por outra, assustavam e até faziam vítimas entre os passageiros das balsas. Um dos mais chocantes aconteceu na travessia do Camaquã, em Cristal, no ano de 1950, quando um ônibus da linha Porto Alegre-Pelotas, caiu da balsa no rio. Aproximadamente 15 pessoas estavam no veículo. Uma morreu afogada, ao ficar presa embaixo dos bancos.


CREPÚSCULO 

Ao longo do século 20, barcos e balsas foram sendo, lentamente, substituídos por pontes de concreto, que facilitaram as ligações entre municípios e encurtaram distâncias. Mas mesmo hoje, em pleno século 21, ainda existe quem precise da ajuda de uma barca ou de uma balsa para poder seguir viagem.

Nestes grotões da região, os últimos barqueiros assistem ao crepúsculo da profissão, cujo desaparecimento completo depende apenas da conclusão das obras de construção de novas pontes. "É estranho ver a obra avançando dia-a-dia e saber que quando estiver pronta, vai ser o fim do emprego", confessa Euzébio Pereira da Silva, que diariamente atravessa pessoas e veículos pelo rio Camaquã, entre Canguçu e Encruzilhada do Sul.

A obra que vem sendo pleiteada pela comunidade desde a década de 80, começou a ser executada no início do mês e deve estar pronta no final de 2002. Além de um mairor conforto, a comunidade também vislumbra na ponte novas oportunidades de trabalho e renda. "Se mesmo dependendo da balsa já vem bastante gente passar os finais de semana na beira do rio, quando a ponte ficar pronta, então, isso aqui deve melhorar muito", prevê a comerciante Eloi Marques, que há 30 anos vive às margens do rio.


FIM PRÓXIMO 

Se a sobrevida da profissão barqueiro, no Camaquã ainda deve durar pelo menos um ano, na Lagoa dos Patos, entre as localidades de Torotama e Ilha dos Marinheiros, não deve durar mais do que algumas semanas. A ponte interligando a ilha e o continente deve ser inaugurada até o final de dezembro. "É o fim da balsa", setencia o barqueiro Jocemir Silveira, que passa 12 horas de seu dia realizando a curta travessia entre o continente e a ilha.

Mas, para aqueles que parecem ser os dois últimos barqueiros da zona sul do Estado a extinção da profissão é vista com naturalidade e, até mesmo, com otimismo, gerado pela perspectiva de uma vida melhor. "Sei que irá representar um crescimento para o lugar onde moro, por isso fico feliz e, no mais, a vida é assim mesmo: as coisas aparecem e desaparecem", resume o barqueiro da Lagoa.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Eles voltaram, mas deixaram as vassourinhas em casa


Em Brasília em vez de vassourinhas apareceu a bandeirona

Como não poderia deixar de ser o 15 de Novembro foi usado pela turma das vassourinhas para protestar, novamente, contra a corrupção no Brasil. A novidade ficou por conta do fato de que, desta vez, as vassourinhas verdes e amarelas não apareceram nas ruas. Será que faltou verba para comprá-las desta vez? Os financiadores do movimento esqueceram de depositar a grana por causa do feriado?

O fato é que as manifestações, muito menores do que das outras vezes (em Belo Horizonte apareceram 20 pessoas, por causa da chuvarada disseram e, em Brasília - onde não estava chovendo - 30 pessoas, conforme a Folha de SP). Novamente mereceram algum destaque (menor é verdade) em emissoras como a Globo (e todos seus sites) e em outros pontos nobres da imprensa como a Folha SP, a Agência Estado e, por aí vai. E como nas outras vezes todos os veículos de imprensa fizeram questão de frisar que as manifestações foram organizadas a partir das redes sociais na internet.

Ainda bem que a primavera está no fim e a não ser que esteja disposta a editar um Verão Brasileiro ao invés da Primavera Árabe a turma das vassourinhas irá parar de encher o saco. Ao menos até 2012, pois como é ano de eleição novos financiadores deverão se apresentar prontos para encher os cofres desta turma.

Jornalismo e cinema


Intrigas de Poder é mais um bom filme sobre jornalismo

O jornalismo pode ser uma profissão tão apaixonante quanto odiosa, mas uma coisa é certa: uma vez “contaminado” pelo prazer de exercer essa profissão a gente nunca mais se recupera. Uma das constatações disso é o prazer que jornalistas têm em assistir filmes sobre jornalistas.

Acredito haver uma certa dose de masoquismo nisso, afinal os jornalistas da telona geralmente são pessoas que de um modo ou outro atingem a plena realização profissional (salvo raras exceções) ao conseguir publicar suas fantásticas histórias – geralmente grandes reportagens investigativas que denunciam complôs políticos ou corporativos, crimes bárbaros ou histórias comoventes sobre pessoas especiais – que de um modo ou outro abalam a opinião pública.

Quem já deixou parte de sua vida dentro de uma redação sabe que isso pouco tem a ver com a realidade, especialmente no Brasil, onde as grandes reportagens investigativas começaram a rarear a partir do final dos anos 90 e, nunca existiram longe das capitais.

Mesmo assim é um prazer assistir a um bom filme baseado a partir do trabalho de um jornalista e é nessa conta que deposito Intrigas de Estado (State of Play, no original, EUA/UK/FRA, 2009) dirigido por Kevin McDonald, o filme é uma adaptação da série inglesa de mesmo nome exibida pela BBC em 2003 e ambientada na redação do The Herald.

Na versão para o cinema a redação passa a ser a do Washington Globe e o enredo trata da investigação conduzida pelo jornalista Cal McAffey (Russell Crowe) a respeito dos assassinatos de um ladrão viciado e da assessora de um promissor congressista, que por um acaso é seu velho e íntimo amigo. A ligação entre os dois casos coloca o nobre “colega” no epicentro de uma complicada trama que envolve um conglomerado de segurança que presta serviços para o governo norte-americano.

Em meio a isso tudo ainda há a disputa, digamos, doméstica entre o repórter especial (uma figura jurássica no jornalismo moderno) e a blogueira do jornal Della Frye (Rachel McAdams) mais interessada em fofocas políticas que em matérias densas e investigativas. Como pano de fundo surgem as pressões e os interesses de quem realmente manda na imprensa: os donos dos jornais através de seus editores executivos, nesse caso personificados pela britânica Helen Mirren no papel da editora Cameron Lynne.

Para quem gosta de um bom suspense que mescla ação com intrigas políticas e investigações sinuosas, Intrigas de Estado é uma grande pedida e, para os jornalistas de plantão, pode ser tanto uma bela distração como uma inspiração para pensar que, talvez, seja possível tentar fazer algo diferente no próximo expediente.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O sonho pelotense


O sonho de Pelotas é um supermercado metido a besta

Certas pessoas e parte da imprensa de Pelotas têm uma fixação irritante nessa história da falta de um shopping center na cidade. De tempos e em tempos o assunto volta a tona e ganha páginas inteiras de jornal e é motivo de debates intermináveis em rádios locais. 

Na edição desta segunda-feira (14), o Diário Popular emprega (sem dó) o substantivo sonho na manchete de uma matéria de duas página sobre a inauguração de um shopping em Rio Branco, no Acre, pertencente ao mesmo grupo responsável pelo empreendimento local.

Apesar de reconhecer os ganhos econômicos por trás de um shopping center (geração de empregos, aquecimento da economia e atração de consumidores da região, etc.) não consigo deixar de torcer o nariz para o fato de tratarem um supermercado metido a besta como um sonho, pois isso me parece exagerado e, um tanto medíocre para uma comunidade que um dia ditou os rumos da economia e da política do Rio Grande do Sul.

Pelotas merece mais e sua gente poderia sonhar mais alto. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Berreiro na USP: "Isso é falta de laço!"


Realmente, uma imagem vale por mil palavras

Essa besteirada promovida pelos revolucionários do Toddynho (copyright by Gotas de Ácido, acidovenenenoso.blogspot) na USP já torrou a paciência e, mais do que isso, começa a despertar o que eu chamaria de sentimento pró-Capitão Nascimento na maior parte das pessoas (e, estou entre elas), ou seja, muita gente começa a querer ver a ficção transformada em realidade e saber que aquele monte de nerd maconheiro acabou com a cabeça enfiada num saco.

A PM de SP não é flor que se cheire, isso todo mundo sabe - e quem não sabe pode se informar lendo Rota 66: A Polícia que Mata (Caco Barcellos, 1993, reeditado recentemente pela editora Record e à venda por R$ 29,90 no Submarino) - , mas isso não livra a cara destes revolucionários de apartamento que passaram a semana bancando de vítima diante de uma situação mais do que normal e justificada: a presença da polícia em um campus universitário pelo qual transitam milhares de pessoas a cada dia.

Questões políticas a parte, a presença policial em locais de grande afluxo de pessoas é necessidade. No início do ano um estudante da USP levou um balaço na cabeça durante um assalto e morreu. Naquela época perguntaram onde a polícia estava. Agora que a polícia apareceu e começou a fazer seu serviço tão reclamando porque uma turma de maconheiro (maconha é droga ilícita e seu consumo e comércio é proibido pelo Código Penal Brasileiro) caiu do cavalo com a PM. Vão se catar!

E o que mais irrita é quem tem um monte de gente defendendo esse bando de guri criado pela vó e achando que eles estão certos.  Em matéria publicada ontem no IG (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/no-centro-populacao-se-divide-sobre-greve-de-estudantes-da-usp/n1597364039188.html) um dos bonitinhos diz que estão lutando contra a repressão e a postura violenta da PM, tanto na USP como nas periferias. Mentira!

Duvido que até o início da semana alguém dessa turma tenha se preocupado com algum operário de Diadema, Vila Matilde ou Artur Alvim que tenha sido surrado pela PM só por ser negro, pobre e ter saído de casa depois das 22h para ir no boteco comprar cigarros. Eles querem é safar o deles, nada mais do que isso. Querem tirar a PM do campus prá poder fazer o que bem entender lá dentro e cagar na cabeça dos seguranças privados com frases do tipo “sabes quem meu pai é?” ou “tu sabes com quem estás falando?”.

 Sinceramente, como disse minha sábia avó: “Isso falta de laço”. 

A rodoviária de Pelotas e a Crise Mundial


Diretor da rodoviária diz ter feito mais propaganda por causa da crise econômica mundial. 

Encerrada a leitura matinal obrigatória dos jornais, a pérola do dia fica por conta da declaração do diretor da Empresa do Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel) - nome chique da Rodoviária - que atribui parte do aumento absurdo dos gastos com propaganda (de R$ 15 mil para R$ 121 mil em dois anos) à crise mundial. Sensacional!!

Pena que o repórter não pediu um detalhamento da justificativa. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Brasília (mais atual do que nunca)


Nos anos 80 a Plebe Rude descreveu Brasília assim: “Capital da Esperança/Asas e eixos do Brasil/Longe do mar, da poluição, mas um fim que ninguém previu”. Passados 26 anos os versos de Brasília, gravados em O Concreto Já Rachou (1985) traduzem com perfeição as imperfeições da Capital Federal (v. letra completa abaixo do vídeo).





Brasília (Plebe Rude)

Capital da esperança
(Brasília tem luz, Brasília tem carros)
Asas e eixos do Brasil
(Brasília tem mortes, tem até baratas)
Longe do mar, da poluição
(Brasília tem prédios, Brasília tem máquinas)
mas um fim que ninguém previu
(Árvores nos eixos a polícia montada)
(Brasília), Brasília
Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
(Muitos porteiros e pessoas normais)
As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)

Oh.. O concreto já rachou!
Brasília....
Brasília tem luz, Brasília tem carros
(Carros pretos nos colégios)
Brasília tem mortes, tem até baratas
(em tráfego linear)
Brasília tem prédios, Brasília tem máquinas
(Servidores Públicos ali)
Árvores nos eixos a polícia montada
(polindo chapas oficiais)
Brasília, (Brasília)
Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
(Muitos porteiros e pessoas normais)
As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)
Oh... O concreto já rachou! rachou! rachou! rachou!
Rachou! O concreto já rachou!
Brasília....
Brasília.... Brasilia!
As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)
Os comércios só vendem
e os porteiros só olham
E essas pessoas elas não fazem nada
mas essas pessoas elas não fazem nada
Nada! (Brasília...) Nada! (Brasília...)
Nada! (Brasília...) Nada! (Brasília... 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Vassourinhas e doidos por todos os lados


Máscara mais do que apropriada para a turma das vassourinhas


O Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida ficou em segundo plano no noticiário do feriado de quarta-feira. O que realmente interessou à grande imprensa foram as manifestações anti-corrupção da turma das vassourinhas verde e amarelas. Ainda não consegui descobrir quem está pagando por aquele monte de vassourinhas idênticas, mas sigo tentando e como jornalista que sou, não pretendo desistir tão fácil.

Em meio a essa busca tenho descoberto coisas interessantes sobre essa turma que tem ganho manchetes e mais manchetes em jornais de todo o país (a ZH de quinta-feira, 13/10, por exemplo dedicou a eles o principal espaço de sua capa) e destaque nos blocos nobres dos noticiários de televisão, isso sem falar nos sites dos principais veículos do país.

Cabe aqui fazer uma observação: não tenho nada contra protestar contra a corrupção, que é um câncer nesse país, mas por outro lado tenho reservas (e muitas) com o pessoal que tem tomado a frente deste movimento que insistem em parecer popular, espontâneo e apartidário tal qual foi a dita Primavera Árabe.

Dito isso, passo a explicar porque tenho reservas com a turma da vassourinha verde-amarela.
Pesquisando em alguns blogs que apóiam e integram a coordenação dos movimentos é possível encontrar coisas que cheiram extremamente mal como, por exemplo, o Movimento Ordem Vigília Contra a Corrupção (MOVCC).

Na página inicial do blog (movimentoordemvigilia.blogspot.com) a gente descobre que o MOVCC “nasceu como uma reação imediata ao primeiro escândalo do desgoverno Lula - o Mensalão. O MOVCC foi maturado no Fórum “Crise Política" na AOL, criado pela Gabriela. Em pouco tempo tornou-se o maior e mais expressivo de todos os fóruns até então abrigados pelo provedor americano. Também foi um dos primeiros espaços a marcar fortemente a nova postura dos brasileiros que passaram a discutir a política do país.”

Até aí nada muito interessante, mas as coisas começam a esquentar ao final da página “Sobre Nós” aonde os mantenedores do espaço virtual afirmam que “Recentemente também criamos a comunidade “Somos A Elite Decente”. Este espaço veio como uma resposta natural à tentativa de achincalhamento e distorção do sentido da palavra “elite” pelo Lula-canalha, durante a campanha presidencial” e, seguem dizendo que “Continuamos todos nesta caminhada, através de nossas comunidades e blogs, trabalhando incansavelmente contra o NAZI-LULISMO. Nossa arma é a informação como o principal meio de mobilização.”

Logo abaixo dessa pérola de descrição os autores do blog postam o seguinte texto:

“O PERIGO


Nazistas, fascistas e comunistas nada mais são do que as três bocarras de um monstro só, o Cérbero demoníaco que fugiu do inferno no século XX. É este monstro totalitário que as esquerdas querem nos impor goela abaixo. Para isto, criaram o Foro São Paulo, formado por partidos de esquerda, terroristas e traficantes, como as FARC. O objetivo é transformar nossa região numa nova União Soviética, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL).”

E dá-lhe vassourinha: quem paga por elas?
Isso me basta para achar que se trata de um bando de lunáticos com um dos pés cravados na Guerra Fria e outro na maldita organização Tradição Família e Propriedade (TFP). Mas a doideira não para por aí, coincidência ou não (isso eu não descobri) o blog cita como fundadora do movimento uma tal de Gabriela e, curiosamente, ao abri-lo (faça o teste!) abre-se automaticamente a página de uma vidente chamada: Gabriella! (Sensacional!!!!). Nessa página é possível descobrir que a vidente dona Gabriella é “Há 30 anos nas 5 melhores videntes internacionais, as previsões da Gabriella vão supreendê (sic) você e os seus poderes vão maravilhar você” (http://www.donagabriella.com).

Mas as doideiras não terminam por aí. A página do MOVCC traz, ainda, uma lista de espaços políticos recomendados e, claro, de blogs parceiros.

No campo destinado aos espaços políticos estão: o blog do Ronaldo Caiado, o Portal do PSDB e o Portal do Democratas. (Ué? O tal movimento anti-corrupção não é apartidário??)

A maior diversão, contudo, está reservada aos blogs recomendados entre os quais estão títulos como Cavaleiro do Templo (cavaleirodotemplo.blogspot.com) e Levante-se Brasil (levante-se.com/wp/).

No Cavaleiro do Templo (convenhamos que o nome é para lá de sugestivo!) pode-se ler o texto “A escória da humanidade” que começa dizendo o seguinte: “(...) Todo comunista, sem exceção, é cúmplice de genocídio, é um criminoso, um celerado, tanto mais desprovido de consciência moral quanto mais imbuído da ilusão satânica da sua própria santidade. Nenhum comunista merece consideração, nenhum comunista é pessoa decente, nenhum comunista é digno de crédito.”

Já no Levante-se Brasil, a pérola “literária” fica por conta do post “Você é branco? Cuide-se” no qual os autores dizem que: “Estamos na verdadeira idade das trevas. Hoje, tenho eu a impressão de que o ‘cidadão comum e branco’ é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se auto-declarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.”

É por isso que sigo afirmando: esse movimento das vassourinhas é para lá de orquestrado e, o pior, é comandado por um bando de facistas de extrema direita, loucos por algum destaque nas próximas eleições e aposto de uma dezena de candidatos a vereador sai dessa turma (que a sorte nos proteja para que nenhum deles seja eleito). 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Novidades em Histórias & História


Em 2004, os 40 anos do Golpe Militar contra o presidente João Goulart renderam uma série de reportagens, reproduzida parcialmente na página Histórias & História da Casa da Pauta.

1964: o ano que durou 20

Foi sob um calor abrasador que Pelotas entrou o ano de 1964. Enquanto a seca rareava a água das torneiras e queimava as lavouras, nas ruas - que começavam a ser asfaltadas – o clima também era quente, mas devido à política. (...)

Ironia da vida

Ganhar na Mega-Sena e não poder sacar o prêmio porque a Caixa Federal está de greve. 

Hoje os 195 apostadores que ganharam R$ 13,1 mil ao acertar 5 números no sorteio de ontem passarão por essa experiência.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A força que move o mundo




Dinheiro, fuja.
Arrume um bom emprego com um salário melhor você fica OK.
Dinheiro, é um gás.
Agarre essa grana com as duas mãos e faça um estoque.
Carro novo, caviar, sonhos acordados de quatro estrelas.
Acho que comprarei um time de futebol para mim.

Dinheiro, volte.
Eu estou bem, cara, mantenha suas mãos fora do meu monte.
Dinheiro, é um sucesso.
Mas não me venha com essa grande bobagem.
Estou no grupo de viagem de primeira classe e alta fidelidade.
E acho que preciso de um jatinho.

Dinheiro, é um crime.
Divida-o de modo justo mas não pegue um pedaço da minha torta.
Dinheiro, assim eles dizem.
É a raiz de todo o mal hoje em dia.
Mas se você pedir um aumento não é surpresa que eles
não estejam dando nenhum.(...) 

(Roger Waters, 1973)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

As vassouras voltaram

E lá estão elas de novo: as vassourinhas verde-amarelas do movimento Brasil + Ético.
Quem pagou por elas?

Esta semana os caras do movimento Brasil + Ético – Todos contra a corrupção voltaram a dar as caras com suas vassourinhas verde-amarelas. Cravaram mais de 500 delas em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Até aí nada demais, se a coisa tá ruim, tem que reclamar mesmo. O que me irrita é que eles continuam querendo que a gente acredite se tratar de um movimento popular e espontâneo surgido na internet à moda Primavera Árabe.

Será que essa turma está toda desempregada para poder
passar o dia cravando vassoura na frente do Congresso?
Queria saber apenas algumas coisas como, por exemplo, quem pagou pelas vassouras? Cada um levou a sua? Encontraram todas no mesmo mercado? (Isso deve ter feito a alegria de algum comerciante). E, por fim, essa gente não tem mais nada que fazer para perder um dia inteiro cravando vassouras em Brasília? Ou alguém tá pagando diárias pelo protesto?


É fácil resolver os problemas do trânsito

Prefeito da capital da Lituânia resolveu acabar com
o estacionamento em local proibido da maneira mais pedagógica possível
O trânsito é uma das maiores queixas dos pelotenses (e de moradores de muitas outras cidades brasileiras). No início dos anos 2000 quando ainda era repórter de editoria de Geral, acompanhei de perto a implantação dos Agentes de Trânsito na cidade (os Azuizinhos). Naquela época houve uma gritaria quase histérica contra as multas e as abordagens e não eram raros os casos de agressões cometidas por motoristas contra os agentes.

Apesar das reclamações – a maior parte feita por gente que não aceita obedecer regras – a situação do trânsito na cidade melhorou muito. O respeito às regras básicas como não parar em fila dupla, usar cinto de segurança, não estacionar em local proibido e manter a distância obrigatória das esquinas tornou-se uma prática entre os motoristas locais.

Passados alguns anos e atendendo ao clamor daqueles que se acham os donos da cidade e até da própria lei, a fiscalização de trânsito está sucateada, os agentes praticamente desapareceram das ruas e a bagunça impera em todos os cantos.

Mas o problema não é só de Pelotas, em várias partes do mundo se repete. Mas quem quer achar soluções encontra, mesmo que sejam pouco ortodoxas. É o caso do prefeito de Vilna, a capital da Lituânia. Para combater o estacionamento proibido nas ruas da cidade histórica fundada no século XIII, o senhor Arturas Zuokas pegou emprestado um tanque de guerra e, literalmente, passou por cima de carros parados em locais proibidos (veja vídeo). Sensacional! Esse é o cara!

Nada melhor do que uma lição dessas para que as pessoas aprendam a respeitar as regras. Aposto que agora, em Vilna, ninguém mais estaciona onde não pode ou reclama ao ser multado.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Rock in Rio, nunca mais!

Com uma programação que inclui gente do quilate de Cláudia Leite, Rihanna, Sandra de Sá, NX Zero, DJ Vibe, Ivete Sangalo, Shakira e Zeca Baleiro, o Rock in Rio 2011 não empolga nem na tevê. Melhor mesmo é passar longe e não perder tempo com esta asneira, que só me deixa feliz por saber que ignoro completamente quem seja Nalaya Brown ou Janele Monáe.

Melhor opção é vasculhar a internet atrás de vídeos dos tempos em que o Rock in Rio, era mesmo um festival de rock e poder matar a saudade de quem realmente sabe o que é rock and roll. Como, por exemplo, esses caras aí de baixo e poder dizer: "Eu vi um Rock in Rio de verdade! Foi pela tevê, mas vi!"

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mais uma ironia da vida

Pedaços de satélite de 1991 cairá em qualquer lugar do planeta até sábado

Que a vida tem muito de sarcástica e irônica isso eu já sei, mas de tempos em tempos alguns fatos deixam isso mais explícito. É o caso deste satélite que irá cair sobre o planeta entre hoje e sábado, o Upper Atmosphere Research Satellite (UARS).

Desde que as primeiras notícias foram veiculadas no sábado, a história me chamou atenção especialmente pelo fato de que, conforme sites e tevês, pedaços desta tralha espacial não irão se desmanchar na atmosfera e cairão praticamente intactos sobre nossas cabeças.

Em um leve surto paranóico resolvi procurar informações mais precisas sobre os possíveis locais da queda dessa lata-velha e, surpresa: não existem. Ou seja, ninguém consegue calcular ou saber exatamente aonde pedaços de metal de até 135 quilos irão cair. O que irá decidir se vai ser eu ou você a levar uma panelada espacial na testa será a sorte, nada mais do que isso.

Nesse ponto exato, entra a tal ironia, pois dizem os matemáticos consultados pela imprensa que a probabilidade de alguém ser atingido pelos restos do satélite é de 1 (uma) em 3.200.

Parece muito, mas não é. A probabilidade de acertar seis dezenas na Megasena, por exemplo, é de 1 (uma) em  50.063.860 e de acertar cinco dezenas é de 1 (uma) em 154.518, já a probabilidade de morrer em um acidente aéreo é de 1 (uma) em 5.862, enquanto a chance de ser vítima de um terremoto é de 1 (uma) em 153.597.

Ou seja, é mais fácil ser atingido por um pedaço de titânio com mais de cem quilos do que ganhar na loteria.

A sorte está lançada. Vou acompanhar atentamente os noticiários do final de semana para saber se alguém foi sorteado nessa roleta-russa espacial.

Boa sorte a todos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Primavera Brasileira, um movimento orquestrado

Manifestação em Porto Alegre recebeu cobertura completa do Grupo RBS.
Atenção às faixas nada artesanais dos manifestantes.

Toda paciência tem um limite e a minha acabou para com essa turma dos protestos anti-corrupção que quer passar a imagem de estar inspirada na Primavera Árabe, mas na verdade é tão organizada quanto qualquer sindicato ou partido político.

A Rede Globo que anda doida para incentivar um movimento parecido com a Primavera Árabe em terras tupiniquins tem feito a cobertura (desde o 7 de setembro) dos protestos realizados pelo movimento Brasil + Ético – Todos contra a corrupção. Hoje (20/09) teve outro na Cinelândia, no Rio de Janeiro, que rendeu longa matéria no telejornal da Globo News.

No embalo da TV Globo, o jornal O Globo, a Folha de SP, a Veja, o Estadão e suas afiliadas cobrem as manifestações com destaque e, sempre, dando um jeito de chamar atenção para as semelhanças com a onda de protestos que varreram o Oriente Médio e o norte da África derrubando alguns ditadores e abalando outros tantos. O primeiro passo para isso é frisar que “os protestos foram organizados pela internet por grupos de pessoas indignadas com a corrupção no país”, ou seja, há uma clara intenção de dizer que as manifestações são espontâneas, sem qualquer ingerência de grupo político ou empresarial.

Para mim isso é balela, mentira, conversa para boi dormir.

O primeiro indicativo de que há grupos políticos ou empresariais por trás dessa ladainha toda, vem do blog do próprio movimento Brasil + Ético, o qual é completamente apócrifo. Ninguém se responsabiliza pelos textos, ninguém os assina, o e-mail para contato é um nome fantasia, ou seja, é um blog gerenciado e atualizado por um ente fantasmagórico e coletivo que fala em nome da massa. Por quê? Vivemos num país livre, democrático, no qual a Constituição em seu artigo 5º, Inciso IV deixa claro que “é livre a manifestação do pensamento”. Qual o temor dos organizadores do tal movimento em se identificarem ou de, pelo menos, assinarem os artigos? O SNI não é mais aquele dos anos 70 e, com exceção de um ou outro, os mandatários do poder também não.

Outro motivo que me faz “levantar as orelhas” e desconfiar desse movimento popular é o apoio incondicional que encontra em gente como os integrantes do movimento Resistência Democrática que se auto-definem como: "um grupo de pessoas que crê em DEUS, na ordem, no equilíbrio como princípio básico de construção do Universo”. Basta dar uma olhada no blog dos caras resistenciademocraticabr.blogspot.com para saber se tratar de um bando de fanáticos de extrema direita, cujo um dos porta-vozes se identifica no twitter com a frase: “sou esta gente branca de olhos azuis..”. Por favor, o que é isso? Uma reedição do nacional socialismo travestido de verde e amarelo?

Sinceramente, nada me faz crer que este movimento tem cunho popular, muito pelo contrário. Como diria o célebre dramaturgo inglês: “Há algo de podre no reino da Dinamarca” – eu já sinto o fedor daqui onde estou.