Soldados da FEB seguem rumo ao Monte Castelo |
Poucos lembram ou
poucos sabem. Mas Pelotas deu sua contribuição à vitória aliada na II Guerra
Mundial. Em dezembro de 1944, 64 jovens da região de Pelotas foram selecionados
para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) que já marcava presença
nos campos de batalha da Europa.
Depois de dois meses de treinamento intensivo,
54 deles desembarcavam no porto de Nápoles (ITA) para lutar em nome da Pátria pela
liberdade.
Ao final de uma
campanha que durou exatos oito meses, 52 deles voltaram para casa em meio a
festas e recepções estrondosas. Outros dois, porém, tombaram em combate: os
canguçuenses Izidro Matoso e Hortêncio Rosa, mortos nos campos de
batalha da Itália. Seus restos mortais estão enterrados no monumento aos mortos
da II Guerra Mundial na cidade do Rio de Janeiro.
O pelotense Osmar
Neutzling (operador de morteiros na guerra) lembrava décadas depois: "Só o que vimos na Itália, além dos combates,
foi desgraça, miséria e destruição, nunca mais quero ver outra guerra"
Tropas brasileiras na base do Monte Cassino (ITA) (ninguém estava lá para brincar!) |
Em 15 de abril de
1945, no último dia da tomada da cidade italiana de Montese - que homenageia os pracinhas
brasileiros que a libertaram do exército alemão com uma praça batizada de
Piazza Brasile - o grupo saído de Pelotas há quatro meses atrás sofre a primeira
baixa: Izidro Matoso, que integrava
o 6º RI é ferido em combate e morre no hospital do acampamento.
Uma semana depois, quando a FEB encurrala os alemães as margens do rio Reno, Hortêncio Rosa cai em combate, quando seu pelotão que integrava o 1º RI, avançou sobre o inimigo que estava entocado nos barrancos do rio.
No final do mês, os
alemães se renderam à FEB.
Os números
registrados nos documentos oficiais garantem os créditos da vitória brasileira:
"(...) as forças alemãs que renderam-se para a FEB, no final de abril de
1945 consistiam de: 19.689 soldados, 892 oficiais, 2 generais, 80 canhões, 5000
viaturas e 4000 cavalos (...)".
Em 02 de setembro de
1945, os pelotenses já estão de volta e experimentam o sabor do retorno vitorioso
depois de oito meses fora de casa. "O desfile da vitória na Itália, sob o som
do hino Nacional e aplausos do povo italiano e a chegada em casa, foram os
momentos mais emocionantes da guerra" relatou Neutling.
A primeira homenagem
oficial prestada aos pracinhas em território nacional ocorreu na pequena Canguçu, onde em setembro de 1945, foi
inaugurada uma galeria com fotos dos dois filhos da terra mortos na Itália. A
homenagem que então partiu do já falecido fotógrafo Egídio Camargo e integrou
as comemorações oficiais da Semana da Pátria daquele ano, pode ainda hoje ser
visitada no Museu Municipal Capitão Henrique José Barbosa.
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