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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Primavera Brasileira, um movimento orquestrado

Manifestação em Porto Alegre recebeu cobertura completa do Grupo RBS.
Atenção às faixas nada artesanais dos manifestantes.

Toda paciência tem um limite e a minha acabou para com essa turma dos protestos anti-corrupção que quer passar a imagem de estar inspirada na Primavera Árabe, mas na verdade é tão organizada quanto qualquer sindicato ou partido político.

A Rede Globo que anda doida para incentivar um movimento parecido com a Primavera Árabe em terras tupiniquins tem feito a cobertura (desde o 7 de setembro) dos protestos realizados pelo movimento Brasil + Ético – Todos contra a corrupção. Hoje (20/09) teve outro na Cinelândia, no Rio de Janeiro, que rendeu longa matéria no telejornal da Globo News.

No embalo da TV Globo, o jornal O Globo, a Folha de SP, a Veja, o Estadão e suas afiliadas cobrem as manifestações com destaque e, sempre, dando um jeito de chamar atenção para as semelhanças com a onda de protestos que varreram o Oriente Médio e o norte da África derrubando alguns ditadores e abalando outros tantos. O primeiro passo para isso é frisar que “os protestos foram organizados pela internet por grupos de pessoas indignadas com a corrupção no país”, ou seja, há uma clara intenção de dizer que as manifestações são espontâneas, sem qualquer ingerência de grupo político ou empresarial.

Para mim isso é balela, mentira, conversa para boi dormir.

O primeiro indicativo de que há grupos políticos ou empresariais por trás dessa ladainha toda, vem do blog do próprio movimento Brasil + Ético, o qual é completamente apócrifo. Ninguém se responsabiliza pelos textos, ninguém os assina, o e-mail para contato é um nome fantasia, ou seja, é um blog gerenciado e atualizado por um ente fantasmagórico e coletivo que fala em nome da massa. Por quê? Vivemos num país livre, democrático, no qual a Constituição em seu artigo 5º, Inciso IV deixa claro que “é livre a manifestação do pensamento”. Qual o temor dos organizadores do tal movimento em se identificarem ou de, pelo menos, assinarem os artigos? O SNI não é mais aquele dos anos 70 e, com exceção de um ou outro, os mandatários do poder também não.

Outro motivo que me faz “levantar as orelhas” e desconfiar desse movimento popular é o apoio incondicional que encontra em gente como os integrantes do movimento Resistência Democrática que se auto-definem como: "um grupo de pessoas que crê em DEUS, na ordem, no equilíbrio como princípio básico de construção do Universo”. Basta dar uma olhada no blog dos caras resistenciademocraticabr.blogspot.com para saber se tratar de um bando de fanáticos de extrema direita, cujo um dos porta-vozes se identifica no twitter com a frase: “sou esta gente branca de olhos azuis..”. Por favor, o que é isso? Uma reedição do nacional socialismo travestido de verde e amarelo?

Sinceramente, nada me faz crer que este movimento tem cunho popular, muito pelo contrário. Como diria o célebre dramaturgo inglês: “Há algo de podre no reino da Dinamarca” – eu já sinto o fedor daqui onde estou. 

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