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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Jornalismo com os dias contados na tevê brasileira

Para lembrar o 11 de agosto,que para mim sempre foi o Dia do Advogado, mas que agora foi lembrado como o Dia da TV por ser dia de Santa Clara, padroeira da televisão (*) , o portal Comunique-se ouviu vários especialistas e comunicadores sobre o futuro desse meio de comunicação.

A matéria, razoavelmente interessante, traz contudo uma previsão que me soa, no mínimo assustadora:  a dramaturgia e o jornalismo mais solto serão a essência entre os canais.

Com relação às novelas não tenho nada que falar, afinal de contas, entretenimento é a alma da tevê.
Mas quando o assunto é jornalismo, não sei por que, me sinto diretamente atingido e é aí que reside minha inconformidade diante da opinião dos especialistas ouvidos pelo Comunique-se.

Dizem os entrevistados que: “o jornalismo permanecerá vivo na televisão brasileira, mas com mudanças no jeito de transmitir. (...) Para o jornalismo ter sucesso na TV, o segredo parece ser mesmo a entrada de apresentadores interagindo com o público e a uso de uma linguagem de melhor entendimento para o grande público”.

Buenas, a partir daqui passo a fazer minhas considerações.

Apesar de ter minhas implicâncias com apresentadores que ficam caminhando de um lado para outro pelo estúdio, de tablets na mão (sem saber exatamente para que serve aquilo) até entendo que isso seja uma “tendência” da tevê moderna que precisa ser mais dinâmica para competir com o apelo visual da internet, mas o que não consigo admitir é o “uso de uma linguagem de melhor entendimento para o grande público”.

Vamos falar sério!

Não é de hoje que o telejornalismo tem uma das mais pobres linguagens entre todos os meios existentes, simplificar essa linguagem é idiotizar o telespectador, nivelar a qualidade por baixo e, principalmente, abdicar da função social do jornalismo de auxiliar no desenvolvimento cultural e intelectual da sociedade.

E o mais irritante disso é ver alguns especialistas em mídia defenderem que “a comunicação mais conversada, mais solta. E isso não tirará a credibilidade dos telejornais”. Tudo bem que os apresentadores não precisam ficar emparedados atrás de suas bancadas, mas ficar batendo papo furado com o telespectador já é menosprezar demais tanto a quem assiste, como os profissionais de imprensa.

Jornalista tem que bater papo em boteco, no cafezinho da redação, com o taxista ou com os vizinhos, mas não com quem está na frente da tevê a espera de informações qualificadas que possam melhorar sua vida ou mostrar o que está acontecendo no mundo à sua volta.

Por essas e outras não me espanto quando vejo a dificuldade em garantir a volta da exigência do diploma para quem exercer o jornalismo.

(*) Santa Clara de Assis (em italiano, Santa Chiara d'Assisi) nascida como Chiara d'Offreducci em Assis (Itália), no dia 16 de Julho de 1194, e falecida em Assis, no dia 11 de Agosto de 1253, foi a fundadora do ramo feminino da Ordem Franciscana. Um ano antes de sua morte em 1253, Santa Clara assistiu a Celebração da Eucaristia sem precisar sair do seu leito. Neste sentido é que é aclamada como protetora da televisão.
(Fonte: Wikipédia)

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