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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Qual é o Fim da história?

O fim da história está no ruir do sistema econômico e financeiro mundial

Dias e noites de inverno com pouca coisa para fazer são um incentivo a devaneios analíticos sobre a vida e o mundo. Como se debruçar sobre a própria vida pode ser um tanto desconfortável, prefiro me dedicar a encontrar soluções para os problemas do mundo, que são mais fáceis de resolver e não dão tanta dor de cabeça.

Assim parei a pensar no que Francis Fukuyama tratou como o fim da história. No livro O Fim da História e o Último Homem (Editora Rocco, 1992) Fukuyama apontou a democracia liberal ocidental como o sistema triunfante e definitivo na história da humanidade.

Obviamente, discordo. E foi pensando sobre porque discordar disso que me ocorreu o seguinte: a democracia liberal ocidental baseada no sistema financeiro, no livre mercado e na economia globalizada não é o último, mas o penúltimo passo na história da humanidade como a conhecemos. Hoje vivemos em um mundo controlado pelo dinheiro, no qual cifras virtuais pautam a vida das pessoas e das nações. Mas se pararmos para pensar tudo não passa de uma ilusão criada por um sistema econômico baseado em teorias complexas e sem qualquer finalidade prática que não seja o acúmulo de mais dinheiro por parte dos controladores do sistema.

Exemplo: ao deixar de pagar a fatura do cartão de crédito por 90 dias o valor irá no mínimo triplicar por causa dos juros. Estes juros, todavia, são virtuais, pois superam em muito o valor das mercadorias e bens adquiridos, ou seja, é uma dívida irreal. É irreal, mas afeta nossas vidas diretamente à medida que sofremos com as restrições de obter mais crédito. Crédito que, aliás, também é virtual, pois na verdade não temos aquele dinheiro que as operadoras de cartões de crédito e bancos dizem que temos. E isso também acontece em escala global. Ou seja, vivemos sob um sistema baseado num dinheiro que na verdade não existe, mas que acaba por gerar cifras virtuais e milionárias para seus gerenciadores.

A partir disso creio, fielmente, que haverá uma Terceira Guerra Mundial, mas não bélica como as anteriores e sim financeira. A falência geral do sistema econômico vigente representará a derrocada geral da humanidade. Mas como já estamos há milhões de anos sobre a Terra e sobrevivemos a catástrofes de toda a espécie, invasões, guerras e pestes, vamos certamente sobreviver a isso também.

Após isso acredito que daremos o definitivo e – talvez – último passo de nossa história evolutiva como sociedade voltando ao que realmente é real: a vida nas nossas comunidades.

Imagino que a reorganização social na forma de cidades-estado, tal qual na antiga Grécia será a última e definitiva forma de sociedade experimentada por nossa espécie. Afinal de contas é a vida que levamos no lugar onde habitamos que realmente conta e importa. Se tivermos acesso à comida, água, serviços básicos e algum conforto, o que importam os rumos da economia mundial? Qual a importância dos juros virtuais dos cartões de crédito se tivermos meios concretos de adquirir alimentos, roupas e o que mais precisamos para sobreviver?

Experimentaremos e inventaremos novos meios de produção e organização social - certamente mais justo que os existentes hoje – e poderemos gerenciar os assuntos que influenciam diretamente na nossa vida e das pessoas que nos cercam, sem nos preocupar com o que acontece fora de nossa comunidade.

É óbvio que nem tudo é tão simples e que muitas perguntas ainda precisam ser respondidas com relação a essa “visão de futuro’, mas em uma noite fria me pareceu um bom início de conversa. 

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