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segunda-feira, 28 de março de 2011

O assessor de imprensa não é o inimigo

Fazer a informação chegar rápido às redações é papel da assessoria

Desde que troquei as redações pela assessoria de imprensa passei a ponderar mais sobre essa função e, especialmente, as relações entre jornalistas de redações e jornalistas de assessorias de imprensa. 

A partir disso tornei-me um leitor mais atento do material publicado sobre o assunto e o que tenho visto me chama atenção, principalmente, pelo fato de ver que em alguns mercados ainda persiste a ideia de que jornalistas são aqueles que trabalham nas redações, enquanto os outros são “apenas” assessores de imprensa.

Classificar e tratar assessores de imprensa como jornalistas de segunda classe é, a meu ver, no mínimo uma grande injustiça e estabelecer a existência de um campo de batalhas imaginário no qual as redações estão em uma trincheira e as assessorias em outra, então, soa como uma grande estupidez profissional.

A própria nomenclatura da função – assessor de imprensa - é capaz de explicar a real finalidade destes profissionais: “assessor: aquele que dá assistência a outrem, assistente (Dicionário Larrousse Cultural)”. Ou seja, o assessor de imprensa é quem auxilia, ajuda a imprensa e não um adversário decidido a se infiltrar nas linhas inimigas disposto a conquistar qualquer centímetro ou segundo de divulgação a qualquer preço.

A partir dessa definição - e das experiências acumuladas nos últimos dois anos – me obrigo a concluir que o problema está no fato de muitos jornalistas de redação não saberem se relacionar com os jornalistas das assessorias e, o pior, de que ainda existe no mercado um ultrapassado preconceito com relação aos assessores de imprensa.

De toda forma me arrisco, aqui, a enumerar algumas observações que acredito podem pelo menos suscitar a discussão sobre isso:

1)      Todos somos jornalistas, seja na redação ou na assessoria;
2)      Ter responsabilidade com a informação divulgada é obrigação de todo o jornalista, seja assessor ou não;
3)      Checar todas as informações a serem divulgadas é inerente à profissão e isso deve ser feito não importa se você trabalha na redação ou na assessoria;
4)      O release não é propaganda disfarçada, mas um texto jornalístico que não foi feito na redação;
5)      Assessores não se ofendem quando os colegas de redação ligam para esclarecer detalhes ou informações dos releases, pois servem exatamente para isso: auxiliar, ajudar;
6)      O assessor não é um obstáculo a atuação dos jornalistas de redação, muito pelo contrário, é um facilitador, o cara que irá aproximar a fonte e os interessados na informação;

Por hora é isso, se alguém quiser engrossar o caldo dessa discussão, sinta-se à vontade!

3 comentários:

  1. Oi Álvaro,

    Fiquei muito feliz ao ler este post. Minha opção pela assessoria de imprensa foi feita ainda nos bancos universitários e te confesso que nesses dez anos de carreira já passei por muitas situações onde foi preciso muita "elevação espiritual" para segurar a onda. Mas hoje já estou bem mais otimista. Apesar de ainda encontrar alguns jornalistas de redação que nos enxergam como "baixo clero", o número de colegas com a exata noção do nosso papel é muito maior.

    Valeu pela escolha desse tão velado tema!!!!

    abraço,

    Gabriela

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  2. Ou se é jornalista ou se é assessor de imprensa. As duas atividades não são compatìveis!!!

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  3. Concordo com a Gabi. Só quem faz assessoria por opção, ou começou nela e está de volta, como eu, e gosta, sabe. Nos meus 11 anos de assessoria na OAB, acho que uns 9 foram compatíveis com o jornal. Antes disso, teve a UCPel. Não vejo problema nenhum. A questão principal é: saber levar bem e ser muito profissional. Ive

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