Pesquisar este blog

domingo, 27 de março de 2011

O mal do "editor-foca"

Editores como J.J. Jameson fazem falta na vida real

Nos últimos dias lendo os jornais e pensando no porquê de tantas matérias ruins ocupando espaços preciosos elaborei uma teoria que batizei de “Mal do Editor-Foca”.

Por essa teoria elaborada sem qualquer metodologia, baseada somente na observação e em minha própria experiência de 12 anos dedicados ao jornalismo diário não existe repórter ruim, mas sim editores inexperientes, omissos ou, simplesmente, incompetentes.

Ao longo de minha vida em redações passei pelas mãos de oito editores-chefe (não contabilizo aqui os editores de área que eventualmente coordenavam meu trabalho como correspondente em pautas específicas) e deste total, conclui que apenas um não acrescentou nada em minha vida profissional, não me ajudou a melhorar ou evoluir como jornalista, ou seja, foi uma nulidade total.

Rememorando tudo o que aprendi com os outros sete editores e comparando com que vejo diariamente nos jornais, conclui que algumas redações estão sob comando de gente sem preparo, inexperiente, que talvez jamais tenha ficado encharcado durante a cobertura de uma enchente, ou com a bunda quadrada após horas e horas de viagem por estradas esburacadas atrás de uma boa história ou ainda nunca tenha enfrentado uma cobertura daquelas que começa ao raiar do dia e termina a altas horas da madrugada.

O que percebo são redações comandadas por burocratas mais preocupados com tempo de produção, custos e embalagem, do que com o conteúdo do produto final. São na verdade jornalistas que pouco ou nunca exerceram a função de repórter em sua plenitude e, assim, são incapazes de reconhecer uma boa matéria ou orientar seus repórteres a produzi-las. São editores que não editam, não mandam refazer, aceitam o que for apresentado em nome do fechamento rápido e eficiente.

E quem perde com isso? Em primeiro lugar os leitores. Depois os jovens jornalistas - a cada ano desembarcam centenas no mercado - que sob a batuta de seus “editores-focas” simplesmente ficarão profissionalmente estagnados, mediocrizados.

É por essas e outras que nos últimos tempos quando ouço ou leio que os jornais impressos estão fadados a extinção, apesar de lamentar, acredito. 

Um comentário: