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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Quando se está velho demais para o rock and roll?

Angus Young do AC/DC hoje (esq) e nos anos 80 (dir). Cadê a cabeleira do roqueiro?

Há idade para a música? Alguns acham que sim. O mercado fonográfico assina embaixo investindo pesado em ídolos adolescentes capazes de mixar os sentimentos da geração do Século XXI.

O tempo passou rápido depois do Vietnã e mais rápido ainda depois do microchip. Gerações e mais gerações cresceram ao som do rock que envelheceu a ponto de merecer ser precedido da sentença “o bom e velho”.

Os ídolos também envelheceram, afinal o relógio corre para todos.

Ao ver as imagens de um show recente do AC/DC fui obrigado a constatar que, hoje, Angus Young só tem de jovem o sobrenome. Mas mesmo assim arrisca-se a vestir suas antológicas bermudas e sacudir o pouco que restou de seus cabelos enquanto dedilha For Those About To Rock e sapateia freneticamente.

Já Bruce Dickinson e Steve Harris não apenas trocaram as indefectíveis calças de lycra e camisas justas por jeans e largas camisetas pretas, como no site oficial do Iron Maiden escondem fotos atuais e optam por valorizar as imagens do eterno The Eddie na esperança de esconder que o tempo também passou.

Para estes avôs e até bisavôs subir ao palco para entoar gritos ritualísticos quase tribais ou exorcizar demônios alheios com suas guitarras frenéticas não é mais tarefa fácil. E me faz pensar: ainda há tempo para o rock? Ainda há tempo para usar minhas camisetas pretas com estampas das minhas bandas favoritas? E, a pergunta que não quer calar: estou velho para o rock and roll?

Nos ano 90, quando fez o Jethro Tull subir ao palco em cadeiras de rodas Ian Anderson - o único roqueiro flautista do universo - profetizou: “Não, você nunca é velho demais para o Rock'n'Roll se é jovem demais para morrer”.

Eu prefiro acreditar nisso e tocar em meu MP4 ou baixar na Internet músicas de vovôs que também pensam assim. Quem sabe em breve a indústria fonográfica não acabe criando um rótulo tipo Rock de Raiz. Assim talvez parem de dizer que escuto música de "guri", afinal o tempo também passa rápido por aqui. 

2 comentários:

  1. Fala Guimas!
    Legal o texto! Eu curto Led Zepellin, e já não tenho mais muito cabelo! Abração.

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  2. Engraçado... Quando tu ouve os clássicos, dizem que é música de guri. Já eu, quando ouço Led, Pink Floyd e cia., volta e meia aparece um pra dizer que estou ouvindo velharias, coisas de velho.

    Talvez seja a prova de que rock não tem idade. Música boa é música boa e "que se foda o Mário Filho", hahaha.

    P.S.: Vê se mantém o blog agora.

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