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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Tem que ter coragem

PCB tenta manter viva a chama do esporte amador em Pelotas,
enquanto trabalha para fazer os jovens trocarem as ruas pela quadra

A menos de 24 horas para a estreia do Pelotas Basketball Club (PBC) no Campeonato Sul-Brasileiro a equipe (a única de Porto Alegre prá baixa convidada para a competição) ainda não sabe sequer como chegará em Caxias do Sul e como os atletas irão se alimentar durante os três dias de torneio.

Desorganização? Não! Falta de apoio! Falta total e completa de apoio seja de empresas, seja da prefeitura, seja de qualquer instituição existente em Pelotas.

Nesta quarta-feira, ao invés de treinar exaustivamente seu time, o professor Carlos Alex Soares – que bate escanteio e corre prá cabecear – deve passar o dia a caça de investidores capazes de bancar os R$ 7 mil necessária para levar e manter os jogadores em Caxias do Sul.

Sinceramente, não entendo como em uma comunidade que estufa o peito para falar orgulhosamente de sua tradição esportiva marcada principalmente pelos seus três times de futebol (é são três, sim. Tem o Farroupilha, também) e pelos talentos revelados nas quadras de futsal não há sequer um, apenas um, empresário ou mecenas do esporte disposto a bancar um projeto como o PBC.

Se fosse o Pelotas ou o Brasil-Pe a disputar um torneio Sul-Brasileiro (o que era mais ou menos a Copa Sul Minas, lembram?) haveria uma espécie de comoção geral na comunidade com matérias de página inteira nos jornais, cobertura das rádios, mobilização de empresários para ajudar financeiramente e um sentimento de orgulho da torcida da casa.

Mas como é apenas um time de basquete, formado por jovens da cidade e tocado por um abnegado professor de Educação Física, o sentimento é de total indiferença de quase todo mundo.

Prá quem não sabe o PBC existe desde 2005 com o objetivo de manter adolescentes longes das ruas através do basquete. O principal propósito do projeto é social e educacional. E participar de campeonatos oficiais estaduais e nacionais é uma forma de incentivar os jovens a aderirem ao esporte.

É uma espécie de “E aí porque não vem jogar conosco? Você pode ser visto e ter um grande futuro no esporte. Larga essa vida de vagabundagem e vem jogar basquete”.

E, com todas as intempéries o PBC já conseguiu formar e lançar alguns jogadores. É, é isso mesmo. O pivô Douglas Kurz é um deles. Começou no PBC e hoje está no Rainbow Warrior da Universidade de Honolulu, no Hawaii (EUA). No final da temporada, Kurz participa do draft da NBA podendo se tornar o primeiro gaúcho a jogar a mais importante liga profissional de basquete do mundo.

Além de Kurz, que pode ser considerada a “estrela da companhia”, ainda há outros espalhados em times do RS, SC e SP. 

Diante de tanto trabalho realizado em apenas cinco anos e do mísero apoio recebido não tem como não concluir que, realmente, é preciso muita coragem para se dedicar ao esporte amador. Coragem e uma paciência de Buda.

2 comentários:

  1. Basquete é coisa de gringo, Guimarães, não força! Se ainda fosse boxe, pelo menos..

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  2. Olá Álvaro, só para corrigir um pequeno equívoco que não posso deixar passar: A ATLETA VITÓRIA RODRIGUES FOI FORMADA NA EQUIPE DE BASQUETE DO COLÉGIO PELOTENSE, DESDE A CATEGORIA MIRIM ATÉ SER CONVOCADA PARA A SELEÇÃO GAÚCHA E LEVADA PARA O COLÉGIO FARROUPILHA EM PORTO ALEGRE. Jamais realizou um só jogo com a equipe do PBC!

    Abraços
    Prof. Ari Oscar Borba (Tec. Colégio M. Pelotense) (arioscar.borba@gmail.com)

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