Pesquisar este blog

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Histórias de Redação (2)

Tinha um repórter no muro

Nos anos 80, assaltos com reféns eram coisa de grandes capitais, mas em Pelotas um caso foi registrado e entrou tanto para as estatísticas policiais como para o folclore do jornalismo da cidade.

Numa determinada manhã de sábado três caras sem nada para fazer resolveram assaltar uma casa no centro e se depararam com a família chegando com as compras do supermercado. Tava feita a merda. Todo mundo trancado dentro de casa com os bandidos, um vizinho chamou a Brigada Militar. Pronto, o circo estava armado: casa cercada, imprensa na rua, população apavorada.

As horas se passavam e nada. Foi então que um experiente (talvez o melhor de todos até hoje) repórter policial resolveu conversar com um vizinho da casa sitiada e juntamente com um repórter de TV conseguiu acesso ao quintal da casa. Sem pestanejar subiu no muro para tentar ver o que acontecia na casa das vítimas, nisso deparou-se com um dos seqüestradores mijando no quintal.

Repórter e bandido se deram de cada um com o outro. No susto o repórter caiu, enquanto o bandido entrava dentro da casa aos berros: “tem um cara no muro! vou matar todo mundo! vou matar todo mundo!”.

O assaltante não cumpriu a promessa, mas o repórter recebeu uma bronca e tanto da polícia e foi proibido de se aproximar da casa até o desfecho do caso. No fim, tudo acabou bem com a libertação dos reféns e a prisão dos assaltantes. Mas a história ficou. 

2 comentários: